Foi publicado nesta terça-feira (10/12) um artigo de Shakira na página do Fórum Mundial Econômico (World Economic Forum), que acontece em Davos, na Suíça. Neste ano de 2017, Shakira estará no Encontro Anual, que acontecerá agora em janeiro, para receber o Crystal Award 2017 por sua liderança nos avanços da educação primária infantil. Confira abaixo a tradução do artigo.
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Avanços na neurociência nos ensina que pais e responsáveis, cuidadores e educadores primários, governos e sociedade podem moldar a estrutura cerebral de cada criança para melhor por enriquecer e proteger seus ambientes, do momento que são concebidas até alcançar os cinco anos.
Em termos neurocientíficos, um ótimo desenvolvimento cerebral infantil é de 1000 neurônios se conectando por segundo. Essas conexões neurais formam a arquitetura do pensamento infantil, saúde, memória, habilidade de sentir empatia e muitos outros componentes vitais que ajudam a criança levar uma boa vida. O fato é que não temos que depender somente do DNA das crianças para determinar sua saúde, crescimento e felicidade, como eles aprenderão na escola ou quanto eles vão ganhar quando adultos – é uma oportunidade incrível e uma grande responsabilidade.
Ser mãe de duas crianças que estão atualmente na metade do ápice do período de desenvolvimento cerebral me faz definitivamente sentir o peso dessa imensa oportunidade e responsabilidade, na qual eu estou certa que é verdadeira para muitos pais e responsáveis pelo mundo. Ao passo que olho para meus filhos, eu me pergunto: estou fazendo tudo que eu posso para ajudar os cérebros deles a serem mais fortes? Estou dando a eles amor, proteção e nutrição suficientes para um desenvolvimento otimizado? Minhas ações estão contribuindo positivamente para suas experiências e, por fim, o desenvolvimento cognitivo, social e emocional? Eu acredito que sim, e sou muito feliz por estar na posição de dar a eles esses elementos críticos para o desenvolvimento primário infantil
Fundamental para o crescimento
Mas atualmente, milhões de crianças passarão seus momentos primários famintas de amor, boa alimentação, proteção e diversão, o que seus cérebros precisam desesperadamente. A falta de estímulos, segurança e cuidados nutricionais, os quais podem inibir as conexões neurais, não é culpa da criança e nem sempre dos pais ou responsáveis. Longe disso. De fato, é um problema social. Não há uma consciência mínima da percepção dos simples fatores desenvolvimentistas que são indispensáveis para o crescimento, não somente para as crianças ou suas famílias, mas para economias inteiras. Além do mais, nós ainda não compreendemos o custo da falta de ação para as gerações futuras.
Investir no desenvolvimento primário infantil é uma das maneiras mais viáveis de aumentar o capital humano. Um crescimento inibido nas jovens crianças pode levar à baixa realização educacional, baixos ganhos do adulto e doenças crônicas. Um estudo mostrou que os menos favorecidos que receberam apoio de programas para o desenvolvimento infantil primário ganharam 25% a mais quando adultos que os que não receberam apoio – ganhando tanto quanto seus colegas mais favorecidos.
Uma solução é dar aos novos e futuros mães e pais o conhecimento, oportunidades e tempo que eles precisam para serem os pais que eles podem ser. O setor privado deve investir em sua força de trabalho agora para assegurar que a próxima geração de trabalhadores esteja equipada com as habilidades e capacidade cerebral necessárias para o trabalho. Além do mais, ao priorizar os investimentos financeiros em programas que apoiem o desenvolvimento primário infantil, o setor privado vai assegurar o futuro de sua força de trabalho.
Hora de agir na ciência
Outra solução é investir nos mais excluídos e famílias mais vulneráveis para dar a eles o apoio que eles precisam para fornecer às crianças proteção, cuidados nutricionais e ambientes enriquecedores, os ajudando a quebrar os ciclos inter geracionais de pobreza e privação. Apoiar os pais e responsáveis mais vulneráveis pode ter um custo relativamente pequeno – a partir de 50 centavos per capita ao ano quando programas de cuidados familiares estão incluídos em serviços de saúde existentes.
Durante o tempo que você vai levar para ler esse artigo, o cérebro nutrido de uma jovem criança pode ter feito 600.000 conexões neurais.
Um movimento pela infância primária é preciso agora. Governos e o setor privado devem investir em políticas que apoiem os pais e dar a eles recursos e tempo que eles precisam para amar, nutrir e proteger suas crianças. Nós precisamos investir em programas de cuidados familiares. E finalmente, precisamos que os pais entendam que eles têm o direito ao tempo e ao conhecimento que precisam para criarem crianças felizes, saudáveis e criativas.
Nós sabemos agora, mais que antes, que há maneiras de dar ao cérebro de cada bebê recém-nascido a chance de desenvolver sua capacidade ótima, de dar a cada criança a oportunidade de alcançar o máximo dos seus potenciais cognitivos, emocionais e linguísticos. É hora de agir na ciência e aprimorar as vidas e futuras gerações que virão.
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Para ler o artigo original, acesse a página do Fórum Econômico Mundial.