Após 14 anos da primeira turnê brasileira, Shakira se apresenta amanhã, em Porto Alegre, onde deve mostrar por que é uma das divas da música da atualidade.
Quando passou pelo Brasil em 1997 – inclusive por Florianópolis –, Shakira encarou um problema típico de artistas em início de carreira. Com apenas um disco lançado, a colombiana, ainda de longos cabelos negros, tinha menos de uma dúzia, de músicas para mostrar, num show de meros 70 minutos.
Amanhã, quando subir ao palco no estacionamento da Fiergs, em Porto Alegre, 14 anos depois, uma Shakira platinada continuará com a mesma dor de cabeça de repertório, só que ao contrário: terá de escolher entre dezenas de hits milionários, espalhados por oito discos que consolidam uma das carreiras mais vencedoras do pop internacional.
Aos 34 anos (completados no dia 2 de fevereiro), Shakira Isabel Mebarak Ripoll é uma das poucas artistas a conseguir criar oportunidades e crescer num mercado em frangalhos, e que começou a ruir justamente quando ela chegou. Sua história de ascensão e conquista, portanto, é também uma história de sobrevivência, que começou em 1996 com o lançamento de Pies Descalzos. Feito à base de guitarras pesadas com forte acento de folk latino, o disco vinha na contramão do que as gravadoras apostavam na época – no caso, boys e girls bands. Shakira ainda personificava a adolescente rebelde vestindo calças de couro e botas de salto, sempre com seu violão a tiracolo e uma providencial gaita de boca.
Mas o CD fez sucesso na América Latina e foi bem a ceito na comunidade espanhola dos EUA. Mantendo a pegada e a intenção roqueira mesclada com ritmos latinos, o CD ¿ Dónde Están Los Ladrones?, lançado em 1998, consolida Shakira no mercado de língua espanhola.
Mas ela foi mais longe. Depois de de registrar seu apreço pelo rock’n’roll clássico e pela música folclórica, chegara a hora de explorar um novo mercado, que estava se abrindo para jovens promessas como ela. No primeiro ano do novo século, Shakira aparece com bases eletrônicas, cantando em inglês, loira e seminua em Laundry Service.
Um símbolo sexual de rebolado latino
A aposta deu certo e Laundry Service vendeu 20 milhões de cópias, estabelecendo Shakira como símbolo sexual e sinônimo de rebolado. O disco também trouxe um novo padrão para os hits da cantora, que a partir de então seriam lançados sempre em versões bilíngues. Para o megaestrelato, foi rápido. Vendeu mais de 1 milhão de cópias do dueto Beautiful Liar com Beyoncé, assinou um acordo milionário com a Live Nation (gigante internacional que gerencia carreiras de gente como U2 e Madonna) e, por fim, cantou na posse de Barack Obama.
Com moral de sobra, enveredou pesado pela música eletrônica em She Wolf (2009) e foi a grande estrela da Copa do Mundo da África do Sul no ano passado, cantando o tema da competição.
Seu último trabalho, Sale el Sol, foi lançado em outubro de 2010 e detonou uma turnê que já passou por 50 países e chega agora ao Brasil.
Depois da capital gaúcha, o Pop Music Festival que traz Shakira como a principal atração desembarca em Brasília, no dia 17, e em São Paulo, no dia 19.
Resenha: Diário Catarinense