Em entrevista pra lá de intimista com a repórter britânica Katie Couric, Shakira explicou um pouco de seus pontos de vista e respondeu perguntas diferentes das habituais.
Entre outras coisas, ela explicou como é o processo de composição de suas canções e admitiu que, mesmo após tanto tempo, não compreende exatamente o que acontece: “Venho escrevendo músicas desde os 8 nos de idade e ainda é muito difícil pra mim compreender como todo o processo criativo acontece. Acho que muitas imagens navegam pelo meu subconsciente por dias, até que as vejo chegar ao porto e se tronarem concretas. Às vezes, antes de se tornarem músicas, minhas músicas são como códigos, códigos secretos que eu mesma não consigo traduzir ou reconhecer. É muito misterioso e mágico, ao mesmo tempo. Acho que nós coletamos expressões das pessoas, da vida, das experiências, experiências dos amigos e nossas próprias fantasias também.”
Sobre se sentir mais madura, ela disse:“Acho que agora estou mais preocupada em realizar os meus desejos do que os desejos dos outros. Acho que isso é crescer. Acho que hoje me sinto mais mulher, me sinto mais dona da minha própria vida, e essa é uma sensação muito boa”
Shakira também falou um pouco sobre ter medo de que as pessoas a vejam como apenas uma imagem provocativa pela postura que sua música assume: “Não me preocupo porque me conheço muito bem e desenvolvi uma certa confiança e aceitação de quem eu sou, e sei o que defendo e, contanto que eu esteja certa de todas essas coisas, dos meu valores, não acho que uma seção de fotos possa virar tudo de cabeça pra baixo. Meu mundo tem raízes muito profundas. Minha família e as pessoas que amo são as coisas mais importantes para mim. Eles estão lá para trazer um pouco de sanidade para a vida louca que vivo. Me preocupo com o que eles acham, claro, mas estou mais preocupada agora em ser honesta.”
“Acho que ser sexy é bom, mas não como o prato principal, e sim como um ingrediente em um prato bem apimentado (risos). Acho que não há nenhum problema em uma mulher mostrar sua sensualidade, mas acho que não me atreveria a aparecer aleatoriamente em um vídeo se não tivesse outras dimensões para minha vida que me completam como mulher. Não sou unidimensional. Tenho muitas camadas, muita coisa a dizer e muita coisa para dividir. Parecer bonita em um vídeo não é a coisa mais importante. Na verdade, é a última coisa. Antes de fazer o vídeo para She Wolf, tive que escrever a música, produzí-la, fazer o arranjo no estúdio e depois passar um mês inteiro fazendo a mixagem até que ficasse satisfeita com o som. Foi um longo processo quase artesanal de trabalhar nos detalhes e aí sim, depois de tanto esforço criativo e intelectual, escrevi o tratamento para o vídeo e entrei em uma jaula dourada, abri as pernas e todas aquelas coisas, porque, pra mim, ser sensual é apenas uma expressão da minha humanidade e da minha feminilidade e também uma expressão dos meus pontos de vista, então esta foi a última coisa. As últimas pessoas que chamamos foi o pessoal do cabelo e da maquiagem (risos). Eles foram os últimos a chegar.”