Shakira na Revista Cromos

Logo após o evento promovido pela Fundação ALAS, Shakira concedeu uma entrevista à revista Cromos, em que fala de como a fundação foi criada e como os recursos são arrecadados.

Para conferir o texto, traduzido pelo Portal Shakira, clique em More..

CROMOS: É verdade que a Fundação nasceu num jantar com Alejandro Sanz em Miami? Quais foram os primeiros artistas e empresários a se vincular à idéia?

Shakira: É sim. Foi uma conversa de amigos. Estávamos Alejandro, Miguel Bosé, Antônio e eu nesta primeira conversa. Havia tempo que pensávamos que devíamos fazer algo. Eu tinha acabado de participar do Live 8 que Bono (Vox) havia idealizado em prol da África e decidimos que era hora de fazermos algo todos juntos pelo nosso continente. Também pensamos que não seria fácil e que precisaríamos de todos os empresários mais importantes da região nesta causa, não só pelo dinheiro, mas também por suas idéias e seus conhecimentos sobre o que acontece na região. Diria que Carlos Slim e Alejandro Santo Domingo foram os primeiros que atenderam ao chamado, mas logo todos foram se juntando à causa com grande disposição.

C: Quem fez toda esta parte de convocar e convencer aos empresários?

S: Fizemos todos de acordo com as relações mais próximas que cada um tinha. Alejandro Santo Domingo, por exemplo, é um amigo de muito tempo e Antonio e eu nos oferecemos para conversar com ele. Também me ofereci para falar com Carlos Slim, a quem aprendi a querer e respeitar muito.

C: Cada show de sua turnê era uma oportunidade para contatar amigos para a sua causa?

S: Tento contatar gente quando vejo que podem somar. Trato de explicar nossa causa em cada viagem. Todos levamos esta função no coração e não deixamos passar a oportunidade quando identificamos alguém que pode nos ajudar a fazer a diferença.

C: Que artistas e empresários têm ajudado mais ativamente a contatar mais apoios para a sua causa?

S: A verdade é que todos se comprometeram muito de seu lugar. Juanes, Ricky, Juan, Luis, todos… Seria injusto dizer que uns ajudaram mais do que outros. A ALAS é cada um de nós e seria muito difícil chegar aonde chegamos sem seu apoio.
Da parte dos empresários, acho que Carlos Slim, Alejandro Santo Domingo, Emilio Azcárraga, e alguns outros foram os pilares para que logo se somassem os demais.

C: Qual a estratégia para convencer os empresários e ricos latino-americanos, que historicamente não têm sido altruístas nem comprometidos con um continente onde metade da população é pobre?

S: Mais do que uma estratégia, o que falamos com eles foi de uma visão da realidade que ninguém pode negar que existe. Concordamos que todos juntos podemos fazer melhor do que separados. Muitos destes empresários ajudam há muito tempo através de suas próprias fundações quase todos têm ajudado muito em seus países. Neste caso, lhes apresentamos uma visão mais geral, falando do continente e das crianças como a nosso principal foco de atenção. Foi muito bonito ver como todos concordamos rápido na força da idéia e na necessidade de fazer algo já.

C: Que áreas específicas a ALAS vai cobrir para combater a pobreza?

S: Nos concentraremos nas crianças de 0 a 6 anos. Temos falado com muitos especialistas do BID (Banco de Internacional de desenvolvimento) e concluímos que a chave está na estimulação precoce das crianças. Esta é a etapa mais importante no desenvolvimento da infância e, paradoxalmente, onde menos ajuda se recebe do estado. Queremos conscientizar sobre a necessidade de educar e estimular as crianças nesses primeiros anos de vida e pedir aos governos que atendam com atenção especial a esta etapa. O que não se investe em educação e estimulação, não se recupera mais.

C: Você vai se manter como porta-voz para convocar toda a América latina?

S: Isso não foi só minha idéia, fomos todos, artistas e empresários. Sozinha não teria chegado muito longe. E porta-vozes somos todos os que criamos a Alas. Não há um designado para esta função. Diria que todos somos porta-vozes desta causa, até os meios de comunicação, que nos ajudam a difundir a nossa mensagem.

C: O que acontece depois dos espetáculos?

S: Agora acontece o mais importante, que é pôr os planos em prática. Temos reunido compromissos de mais de 200 milhões de dólares de empresários e agora chega o momento de identificar e preparar os projetos, os países e os programas em que se investirá este dinheiro para que chegue a cada uma das famílias que necessitam. Os artistas viajarão por toda a região. Tentaremos nos reunir com todos os governos para seguir explicando a causa e pedindo apoio concreto aos nossos programas. Faremos o mesmo com empresários, governadores e gente que pode mudar a agenda para focar os recursos na educação infantil onde estiverem.
É importante deixar claro que não é a ALAS que arrecada o dinheiro, mas sim nós, em conjunto com as fundações dos empresários, que revertem estas quantias. Fizemos um plano para que o dinheiro se invista nos problemas das crianças de 0 a 6 anos. Está é a nossa causa.

C: No caso específico da Colômbia, como será seu trabalho com os outros colombianos convidados: Juanes, Carlos Vives e Jorge Celedón?

S: De total colaboração como tem sido até agora. Juanes, Carlos e Jorge, todos estamos na causa. A todos nos importa ajudar as crianças. Acho que mais coisas nos unem além da nossa música e nossa terra. A vontade de ajudar e utilizar nossa voz pública como um compromisso com os necessitados.

C: Nos conte algo de seu próximo disco. Será em Inglês ou em Espanhol? Haverá colaborações? Quando lançará?
S: Ui, quase agora comecei a pensa nisso, por que tudo isto da Fundação me atrasou o trabalho do disco. Sairá no próximo ano e posso lhes dizer que haverá muita surpresa e boa música!

*Texto livremente editado e adaptado por Josimar Rosa para Portal Shakira

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