Shakira na capa da Rolling Stone Brasil

Shakira na capa da Rolling Stone Brasil!!!. Confira uma prévia da matéria:

O disco dela saiu atrasado, o psiquiatra está no telefone e o relógio biológico está a toda – mas nada impedirá a busca de Shakira pela dominação global.

O Mundo Não é o Bastante

Por Vanessa Grigoriadis

 

A maior parte do tempo, quando Shakira está gravando em Nassau, perto de sua casa nas Bahamas, ela usa pijama o dia inteiro e quase nunca usa sapatos. Mas hoje supostamente é seu último dia de trabalho em She Wolf, o álbum que vem criando há um ano, então ela decidiu comemorar, usando um colar de prata, um vestido negro longo de seda com alças finas e sapatos plataforma que elevam seu 1,58 m de estatura. “Meu namorado tem 1,83 m de altura e, às vezes, parece que sou o chaveiro dele, uma coisinha pequena”, diz, e suspira. “Estou tão pronta para isso acabar!”, exclama. “Acabei de falar para o meu empresário, ‘Estou pronta para cabelo e maquiagem, me tire daqui’.” Enquanto Shakira entra no estúdio, no entanto, seu humor começa a mudar. Quando não consegue achar as chaves do carro na bolsa Gucci, procura por elas com a intensidade de alguém que perdeu o passaporte antes de um voo internacional. Quando as encontra, entra em sua perua Mercedes imaculada, coloca The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, para tocar e corre por uma sinuosa estrada litorânea. De um lado, a estrada é ladeada por mangueiras de folhagem densa, e do outro há um vasto trecho do brilhante mar do Caribe, que ela olha demoradamente. “Não entro no mar há tanto tempo”, reclama.

 

ShakiraSempre há atividade no estúdio, com a exausta equipe de gerência de Shakira digitando nos BlackBerries e engenheiros fazendo mudanças na sala de controle (“Pedi para eles criarem todos os meus “kás” e “erres” no computador, porque não consigo pronunciar essas letras sem sotaque”, Shakira explica). O Compass Point Studios foi fundado no final da década de 1970 por Chris Blackwell, da Island Records: o AC/DC gravou três álbuns ali, incluindo o clássico Back in Black (1981), e as paredes estão repletas de discos de ouro e retratos de artistas dos anos 80 descansando no Caribe. “Sou uma grande fã de Bob Marley, Cure e AC/DC, e, quando ouvi sobre este estúdio lendário onde todos eles gravaram, sabia que tinha de ser ali”, conta Shakira. “Este lugar é o principal motivo para eu me instalar nas Bahamas.”

 

Como artista, Shakira é perfeccionista – “Sou aquariana, mas fiquei virginiana com o tempo”, define. Ela compôs 60 músicas para She Wolf, reduzindo-as para dez no estúdio. Hoje, precisa enviar nove mixes para masterização e terminar “Spy”, uma música em dois compassos com Wyclef Jean, para que possa ser masterizada amanhã também. “Essa música é como o projeto de um casal”, diz. “Construímos a casa juntos, mas os homens não são muito focados nos detalhes. Agora sou a esposa, que ficou em casa para arrumar as flores no vaso.” Seu processo como produtora é ouvir tanto com o corpo quanto com os ouvidos. Na verdade, “Hips Don’t Lie” (quadris não mentem), sua primeira colaboração com Wyclef e o single mais vendido de sua carreira, é uma frase que ela usou no estúdio por muito tempo. “Eu dizia ‘e aí, vocês estão vendo meus quadris mexendo?'”, diz, rindo. “‘Não? Então não está funcionando. Meus quadris não mentem’.”

Você lê esta matéria na íntegra na edição 40, janeiro/2010

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