Depois de participar do Live Earth, Shakira concedeu um pequena entrevista ao jornal El Tiempo, onde falou sobre política, a nova música que vem produzindo e os planos de ir à universidade. A entrevista na íntegra é a nova Matéria de Capa do Portal Shakira, que você confere clicando aqui.
EL TIEMPO: Este tipo de show tem algum tipo de conseqüência prática?
Shakira: Hmmm. ‘Live Earth’ está na mesma linha de outros dois megaespetáculos de caráter humanitário que aconteceram nos últimos vinte anos: O ‘Live Aid’, que arrecadou 100 milhões de dólares para amenizar a fome de então na África, e o ‘Live 8’, de dois anos atrás. Neste ultimo a idéia não era juntar dinheiro, e sim tocar o coração dos líderes dos países mais ricos do ocidente e o efeito foi muito bom: depois do espetáculo o grupo dos oito países perdoou a dívida externa de mais de 20 países da África que estavam sufocados. Agora, o que se procura com o ‘Live Earth’ é criar uma consciência geral: 2.000 milhões de pessoas vão escutar este estrondo mundial que grita ‘Salvemos o mundo!’, e o dinheiro arrecadado irá para uma fundação que luta contra as mudanças climáticas que é liderada pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore.
É possível gerar iniciativas parecidas para realizar shows pelos problemas ambientais e sociais da Colômbia?
Claro que sim. E estamos dando ênfase à educação das crianças, não apenas na Colômbia, mas na América Latina. Para isso criamos o projeto ALAS, que concretizamos no ano passado no Panamá com um grande número de artistas. Os espetáculos acontecem no primeiro trimestre de 2008. Junto com Juanes, temos nos mantido muito próximos deste projeto. Lamentavelmente, a vida de muitas crianças da América latina não parece ser muito diferente das tragédias que a África sofre.
Um balancete de sua turnê…
Esta foi a turnê mais longa de minha carreira: um ano completo tocando uma média de 4 vezes por semana, recorremos os cinco continentes e conseguimos muitas satisfações. Agora vou tirar uns meses para recarregar as energias e seguir adiante experimentando novos sons e idéias.
Já terminou?
Restam meus dois últimos shows da turnê, na Turquia e Nigéria. Logo vou me dedicar a terminar a música que estou preparando para uma das histórias mais profundas da literatura, a versão cinematográfica de El Amor en Los Tiempos del Cólera. É um imenso desafio e uma grande emoção agregar minha própria música a uma obra que por si só possui tanto.
Para quando é seu próximo disco?
Por hora preciso me dedicar a ser pessoa, colocar a figura pública um pouco de lado por alguns meses e dar mais atenção a Antonio, minha família, meus cachorros, cuidar das flores do meu jardim, ler, refletir e até estudar. Tenho planejado ir para a universidade estudar história. Depois começarei a gravar umas idéias que já tenho em mente para meu próximo álbum. O processo criativo de um disco é absolutamente impredicível, algo como um lenço em branco ou um rio de leito mutante que nunca se sabe onde vai desemborcar.
Não a escutamos na ultima terça quando todo o país (Colômbia) saiu a marchar contra o seqüestro e a violência… Qual é sua mensagem?
O que acontece em meu país, com os 11 deputados e a situação dos seqüestrados, é uma dor muito grande para todos. Mas também há símbolos como o do professor Moncayo que nos mostram que a inteligência nem acabou nem vai acabar aos colombianos na hora de pedir paz. Pies Descalzos, a fundação, é minha melhor mensagem: trabalhamos para que as crianças em risco no país tenham melhores oportunidades.
Você teve proximidade com María Emma Mejía através da Fundação Pies Descalzos e ela vai às urnas neste domingo disputar a consulta do povo. Votaria nela?
Sim, claro.
Por que?
É muito difícil para uma mulher ganhar espaço na política. Admiro seu compromisso e sua vocação pelo serviço público. Conheço seu trabalho desde que trabalhava nas comunidades de Medellín. María Emma é uma pessoa de uma grande compromisso social e por isso pedi que me ajudasse na Fundação. Além de ser uma boa amiga, conseguimos muitas coisas trabalhando juntas para a fundação.
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