O colunista Rafael Gonçalves escreveu sobre Shakira em sua coluna para o site Guia Da semana. Como o nosso lema é informa-los sobre tudo que acontece com Shakira… Confira abaixo a coluna na íntegra, e tire suas conclusões.
Da produção à perfeição
De uma jovem de voz ruim e péssima afinação a uma artista global consolidada, Shakira crava seu nome na história da música em duas Copas do Mundo seguidas
Por Rafael Gonçalves
Kaká foi um mero reserva em 2002, um mero coadjuvante em 2006 e uma enorme decepção em 2010. Como esse exemplo, mostro como é difícil apresentar-se bem em duas Copas do Mundo. Incrível, mas Shakira conseguiu! Com o show de encerramento da Copa de 2006 e a fantástica performance de abertura nesse Mundial, a colombiana conseguiu manter-se com a cara de uma artista global por um bom tempo. O caso dela mostra como o esforço, o estudo e uma boa produção podem alavancar uma carreira de sucesso.
Alguém aí lembra como ela surgiu? Com apenas 13 anos, em 1990, seu primeiro álbum foi Magia, um sucesso na Colômbia. A adolescente ganhou notoriedade apenas em 95, com a gravação das músicas Dónde Estás Corazón e Estoy Aqui (primeiros singles de um futuro álbum), que traziam uma voz anasalada com sérios problemas de afinação e ritmos confusos. Uma mistura da Thalia, Selena com os superagudos de Mariah Carrey. Sem
falar no visual questionável e um cabelo de cor(es) indefinida(s). No entanto, seu produtor (Luis Ochoa, que já trabalhou com Ricky Martin e Julio Iglesias) conseguiu lapidar toda essa confusão.
O álbum Pies Descalzos só foi lançado um ano após os dois primeiros singles. Nesse tempo, Ochoa fez com que Shakira aperfeiçoasse sua voz, melhorasse sua comunicação em outros idiomas (como português e inglês) e conseguiu unir as confusas e esparsas influências da jovem para criar um pop latino eletrônico vibrante. A mistura deu certo, e com uma boa turnê, o álbum alcançou a marca de cinco milhões de cópias vendidas.
Em 2001, mesmo sem ser fluente (ainda) em inglês, conseguiu compor e escrever todas as canções do álbum Laundry Service. Apesar de traduções bobas e letras muito mal acabadas (“Sorte que eu tenho pernas fortes como minha mãe para buscar proteção / E meus dois olhos, que por nenhum outro, quando você for chorarão um rio”), tamanha ingenuidade parece ter ajudado a cantora a fundir com simplicidade seu folk pop latino a um
ritmo mais dançante e americanizado. O hit Whenever, Wherever, ajudou a consolidá-la no mercado internacional como cantora, produtora, escritora e dançarina, pois sua dança do ventre tornou-se, de lá pra cá, sua marca registrada.
De Estoy Aquí até hoje, Shakira já fez performances memoráveis (Ojos Así, no Grammy Latino de 2000) e lançou muitos álbuns realmente interessantes. Waka Waka, canção feita por ela especialmente para a Copa da África do Sul, consegue captar com elementos sutis e bem arranjados, tudo o que significa futebol e alegria para o povo sofrido do continente africano. Correndo o risco de parecer redundante, afirmo: são poucos os artistas que conseguem evoluir dessa forma, diante de todo o planeta. Shakira é, sem dúvida, uma artista global completa.
Fonte: Portal Shakira e Guia da Semana