A superestrela colombiana conversou com Leila Cobo, diretora de conteúdo da Billboard.
Em uma rara entrevista, Shakira falou pela primeira vez ao vivo sobre seu processo criativo, fazendo história como uma das artistas mais bem-sucedidas nas paradas da Billboard e o que vem a seguir. A discussão íntima com a superestrela colombiana aconteceu no Faena Forum na quarta-feira, 4 de outubro, como parte da Semana de Música Latina da Billboard 2023, moderada por Leila Cobo, diretora de conteúdo da Billboard Latin/Español.
Aqui estão as 10 melhores citações de Shakira na Billboard Latin Music Week 2023:
- Sobre “El Jefe” com Fuerza Regida: “Adorei trabalhar com Keityn e Edgar [Barrera]. Eu me diverti muito. Eles são grandes amigos. Queríamos fazer uma música que retratasse a realidade de muitos. Além disso, eu queria dar um toque de ska ao gênero mexicano regional. Se você perceber, a música tem um pouco dessa sensibilidade. Poderia ser música dos Bálcãs ou britânica, mas não, está tudo dentro do contexto mexicano regional.”
- Sobre inspiração: “Estou muito inspirada, estou no clima. Houve momentos em que eles tiveram que me levar com um guindaste para o estúdio, tiveram que me arrastar. Às vezes, você briga com o seu trabalho, todos fazem isso. Mas agora estou em lua de mel com a música e minha carreira. Estou apaixonada pelo que faço.”
- Sobre composição: “[Escrever música] é uma catarse. Na composição, escrever sempre teve um papel terapêutico. Escrevo mais quando estou no meu pior momento. A vida me dá um golpe, e a partir disso aprendi muito e me sinto mais forte. Eu não achava que tinha tanta energia vital para superar certas fases da vida. E acontece que eu era menos frágil do que pensava. Minha música tem sido minha principal ferramenta de sobrevivência.”
- Sobre o apoio de seus fãs: “O público esteve ao meu lado, segurando minha mão. É assim que os senti, me abraçando, me confortando, me motivando, me inspirando. Não me senti sozinha porque tenho uma plateia que está comigo desde que me lembro – bem, no mundo da música, desde que eu tinha 14 anos. Pouco a pouco minha relação com o público cresceu, e minha experiência de ser uma artista do povo e para o povo.”
- Sobre o processo criativo: “A maneira de compor muda. Não é uma fórmula. Muitas vezes eu escrevo sozinha, escrevo ideias, até melodias. Escrevo em aviões, escrevo no chuveiro. Às vezes, adoro me reunir com amigos, com pessoas com as quais me sinto à vontade, porque é um processo muito íntimo, o processo de composição.”
- Sobre confiar artisticamente em seus filhos: “[O filho de Shakira, Milán] foi quem me mostrou a música de Bizarrap – quando você faz uma música com Bizarrap, ela se torna mundial. Ele já tinha me enviado uma mensagem privada [nas redes sociais] que eu não tinha visto. Mas depois ele me enviou uma mensagem no WhatsApp, e eu disse a Milán, ‘Olha quem está me mandando mensagem’, ele disse, ‘Sim. O Deus argentino.’ Ele tem uma impressão, um bom instinto. Eu os ouço [meus filhos] muito. Sempre que estou prestes a lançar algo, pergunto a eles, ‘O que vocês acham dessa música?’ para ver o que imaginam. Com ‘Te Felicito’, por exemplo, a ideia do robô no vídeo foi de Sasha, e a ideia do fogo foi de Milán.”
- Sobre a mudança de Barcelona para Miami: “Estar em Barcelona era praticamente estar sozinha. Não existe indústria musical ativa lá. Toda vez que tinha uma ideia, tinha que esperar até que o produtor estivesse na Europa e quisesse vir para Barcelona. Tudo era muito lento e muitas ideias ficavam no vazio. Fiquei sem poder executar muitos dos meus planos. Acho que é por isso que também estava desmotivada. Agora, estando aqui, perto de tantos colegas, produtores, músicos e amigos, é uma grande motivação.”
- Sobre sua crescente autoconfiança: “Antes, eu sofria se um fio de cabelo se destacasse, eu sofria se meu delineador escorresse. Hoje em dia, não é que eu me importe menos com as coisas, mas tenho uma melhor perspectiva. Posso priorizar o que realmente importa para mim e o que não importa tanto. Coloco mais foco e atenção na substância. Mas também sempre dei muita atenção aos detalhes e ainda dou. Talvez até mais agora. Mas ajuda muito ter uma equipe que te entende, na qual você pode confiar. Não é algo que você tem desde o início, é algo que você constrói ao longo do tempo. Seus critérios; isso se constrói ao longo do tempo.”
- Sobre sua ascensão nos Estados Unidos no final dos anos 90: “Eu mal falava inglês quando Tommy [Mottola] me deu essa confiança para lançar música em inglês com ‘Whenever, Wherever.’ Eu senti que ‘Objection’ era a música que eu tinha que lançar, porque foi a primeira música que fiz em inglês. Então ele disse não, vamos com ‘Whenever, Wherever’ Foi quando ele me convenceu de qual era a visão dele.”
- Sobre o domínio das pessoas e o desejo pelo espanhol: “Hoje, ninguém pode dizer ao público a que artistas eles se relacionam ou em que idioma ouvem música. Ninguém. As pessoas estão no comando. A idade não importa, o gênero não importa, a condição não importa, o idioma não importa. O que importa é que, se um artista se conecta com seu público, através da música. Quando comecei com ‘Laundry Service’, houve muita interferência, e por anos tive que esquivar e convencer, e foi um trabalho árduo. Mas tudo isso mudou. Hoje, cantar em espanhol é a coisa mais legal.”