Resenha Shakira: Diário Digital

Se Shakira optasse por um rebranding à Roberto Leal, «She Wolf» seria a imagem perfeita. Uma surpresa que se explica com a presença do produtor de Santigold.
Se este álbum fosse editado sob um pseudónimo, os consumidores de electrónica trendy não tardariam a celebrá-lo. E não fosse o pior que Shakira tem – a voz de vendedora da praça – e o segredo não seria difícil de guardar. Tudo isto para dizer que «She Wolf» é uma enormíssima surpresa.

Ao escolher John Hill, produtor do álbum de Santigold, como parceiro na produção e composição, Shakira foi à procura de um som contemporâneo a que realmente nunca teve acesso ou esteve ligado. Mesmo que o acto encerre algum oportunismo, a opção foi certeira.

Em «She Wolf» deixa de ser a cantora do povo, a voz dos coitadinhos, e arranca para uma etapa de sedução inteligente em que as pop temperada a azeite desaparece. Com isto, também se pode concluir que vender um disco tão diferente e requintado será mais difícil.

«She Wolf» não é uma obra-prima, nem sequer uma lança em África num território em que figuras como Santigold ou M.I.A já deitaram cartas mais certeiras, e bem antes. No entanto, está para Shakira como «Blackout» para Britney Spears. No mínimo, vale a pena conceder-lhe uma oportunidade.

Shakira
«She Wolf»
Epic/Sony Music

«She Wolf», Shakira
Davide Pinheiro

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