O Novo Álbum de Shakira: Há ao menos cinco faixas brilhantes nele
Nós fomos ouvir algumas faixas do novo álbum de Shakira, ‘She Wolf’, na última quinta-feira. Foi no Sarm Studios (onde Trevor Horn faz negócios – nós esbarramos com Robbie Willliams lá dizendo alguma coisa idiota e depois entrando por uma porta – nada incrível) e em um dos estúdios no andar de cima, encontramos o seguinte:
- Cerca de quinze “homens da mídia” agitados e incomodados.
- A cantora de ‘Hips Don’t Lie’ pronta para tocar algumas faixas para nós.
- A cantora de ‘Filthy Mind’, Amanda Ghost (agora um dos grandes nomes da gravadora nos Estados Unidos), pronta para nos dar uma introdução à música. “Não vai ser barato ou presunçoso”, ela disse. Já estivemos em algumas audições como esta e, para seu próprio mérito, a introdução de Amanda foi relativamente pouco barata e presunçosa. Amanda estava encarregada da música, o que significa que ela devia apertar o botão em um iPod que estava ligado a uma cara e elaborada mesa de mixagem, que parecia meio de cabeça para baixo, mas aqui vamos nós. O que era bem interessante era como Shakira, sentada diante da mesa, estava obcecada com a mixagem das faixas conforme eram executadas pelas caixas de som.Ela manejava botões e alavancas conforme as canções eram tocadas até que estivesse satisfeita com o som. Houve um momento em que uma das faixas estava sendo distorcida a um certo volume e Shakira teve que fazer uma escolha: Tocá-la alto e levemente distorcida ou baixo e sem distorção. Ela optou por alto e distorcido. Você provavelmente pode dizer bastante sobre uma pessoa de acordo com o modo como ela lida com uma escolha dessas.
Sempre achamos audições como esta totalmente apreensivas. Você tem diante de si alguém que passou os últimos anos gravando seu (com sorte) incrível disco novo sentado diante de você e seus amigos “escribas” esperando por sua reação às novas músicas. Mas como você demonstra estar “ouvindo” uma música? Como você demonstra estar gostando? Não dá para simplesmente começar a dançar e gritar “Adorei esta m**!!” com toda a sua voz como você faria se estivesse, por exemplo, na igreja. Então, naturalmente, você evita fazer contato visual A TODO CUSTO e apenas olha para o chão. Por que se você não está olhando para a popstar, quer dizer que ela não está olhando para você. Mas então, quando você inevitavelmente olha para cima – por que obviamente você está numa sala com uma POPSTAR, então você tem que olhar para ela – ela escolhe aquele exato momento para olhar para VOCÊ e tudo se transforma em uma competição de olhares. O pânico toma conta. Você não quer olhar para outro lugar imediatamente por que isto seria admitir que você se foi “pego” olhando para ela, ficando implícito que havia algo ruim no modo como você estava olhando. Mas você também não quer continuar olhando – por que neste momento vocês estão olhando um para o outro e isto seria assustador. Mas vocês simplesmente continuam olhando um para o outro. É como se você estivesse levando um terrível choque elétrico – você quer que alguém atire uma poltrona em você do outro lado da sala para te tirar dessa. Mas nenhuma cadeira vem. E então é Shakira quem quebra a troca de olhares de horrores e olha para outro lugar, o que significa que VOCÊ é o terrível observador por que VOCÊ ainda está olhando para ela. E enquanto você pensa se Shakira vai chamar a segurança para te acompanhar para fora do lugar, você percebe que durante o terrível incidente do olhar você em nenhum momento pareceu estar ouvindo a música. Não houve nenhum aceno com a cabeça ou batida com os dedos. Você estava basicamente olhando para Shakira. COMO UM ASSASSINO.
E então a música acaba e alguém da gravadora grita “Uau, incrível, Shakira. Isto foi incrível!”
Depois de cinco músicas, a audição acaba e todo mundo fica um pouco embaraçado e então alguns drinks chegam e todos relaxam um pouco. Exceto pelo fato de que ninguém de fato relaxa. O que acontece é que Shakira faz encontros com todos os jornalistas e pessoal das rádios. Ela provavelmente faz isso na maioria dos “grandes territórios” que visita. Deve ser incrivelmente entediante. Derrepente, todas estas pessoas da imprensa se tornam vencedores da competição. Eles fazem fila e são apresentados a Shakira, que os cumprimenta dizendo coisas muito específicas a cada um, QUASE COMO SE TIVESSE APRENDIDO SOBRE ELES, e tira fotos com alguns. Assistir à foto acontecer é completamente constrangedor. E então tudo acaba.
Fizemos algumas anotações sobre as músicas, reproduzidas aqui em adoráveis detalhes. Como você pode ver, é uma bagunça total e elas beiram o ilegível.
‘Did It Again’
Esta é uma faixa co-escrita e co-produzida por Pharrel e é BRILHANTE. Não soa de fato como uma faixa de Pharrel. É provavelmente mais brilhante do que ‘She Wolf’, na verdade. Devia ser o próximo single. O refrão diz: “I did it again, I got it all wrong, but it feels so right” (“Eu fiz de novo, e saiu tudo errado, mas parece tão certo”).
‘Long Time’
Um assunto meio baixo. “I wish I had longer legs that I could fasten to your body so you’d take me with you everywhere.” (“Queria ter pernas mais longas que eu pudesse prender ao seu corpo para que você me levasse com você aonde fosse”) *vidros estouram*
‘Why Wait’
“I am not a waiter, I like to make things happen.” (“Não sou um garçom, gosto de fazer as coisas acontecerem”). Merece ser comparada a ‘Punching Out’, de Jade Ewen’s – Jade não é uma garçonete, Shakira não é um garçom. Não soa bem para as relações de um empregado de restaurante/popstar, leitores. Não soa bem mesmo. Uma música difícil e sintetizada.
Outra música cujo nome nós não pegamos
Não conseguimos lembrar como era essa.
Esta é provavelmente uma comparação desmedida, mas o álbum de ‘She Wolf’ tem algumas semelhanças com a reinvenção de Nelly Furtado alguns anos atrás. – não é tão extrema, já que não descarta os principais valores da artista tão veementemente como ‘Loose’, mas há uma vibe similar. (Se usarmos a palavra “vibe” assim de novo, por favor, bata na nossa cabeça). O que é importante nas faixas de ‘She Wolf’ que ouvimos semana passada é que elas são claramente – sem sombra de dúvidas – canções de Shakira, mas também encontram a artista se impulsionando em direções levemente diferentes, o que, a esta altura de sua carreira, é um fator importante. O fato de serem direções tanto criativas como comerciais é ainda mais animador. Uhu!
Fonte: Pop Justice