Jorge Drexler é um famoso cantor e compositor uruguaio. Ganhador do Oscar por melhor canção original em 2004, com o tema intitulado Al Otro Lado Del Rio, ele já trabalhou com a nossa diva colombiana Shakira, em colaboração no álbum She Wolf, com as canções Loba, Lo Hecho Está Hecho e Gitana.
Em sua primeira vez em El Salvador, Jorge Drexler concedeu uma entrevista à imprensa local, onde ele falou sobre vários temas, dentre eles a fama, processos criativos, a indústria da música e sobre trabalhar com Shakira.
Confira abaixo alguns trechos da entrevista, onde a nossa diva foi citada:
Em contrapartida, você é um dos autores da canção Loba, de Shakira, que foi um grande sucesso. Aqui pegou bastante…
Waka Waka em Espanha. Muito. (Risos)
Existe complexidade em escrever canções simples e pegajosas como essa?
Loba é tudo, menos uma canção simples. É uma canção enormemente complexa. Tem várias camadas de produção, várias camadas de desenvolvimento de letras. Eu vou ser muito honesto: Shakira trabalha muito mais do que eu na composição fazendo seu álbum. Quando fui trabalhar com ela, percebi que sou um tormento. Eu tenho uma visão muito mais experimental da música. Eu me sinto em casa com meu violão, não quero dizer que não trabalho, isso não é verdade, mas me sinto em casa com meu violão e procuro empolgação. E às vezes eu estou sentado na frente de uma folha de papel em branco. Eu não tenho uma sistematização muito clara. Eu não sou uma pessoa muito disciplinada. Muitas coisas surgem através de um copo de vinho com os amigos, conversando ou comendo sozinho. De repente, me vejo escrevendo em um papel ou em um vôo tomando uma cerveja. Ou seja, passei uma semana trabalhando nas Bahamas com Shakira e não fui uma vez ao mar. Isso nunca aconteceria em um processo meu! (Risos) Nós trabalhamos 12 horas por dia. Foi uma loucura. E então ela pegou todas as músicas, fez sua própria colagem. Eu sempre brincava com ela – eu tenho um relacionamento muito bom com ela – dizendo: “Eu te dou todas essas opções de rimas, então eu escolho a cantora. Não você ou eu, mas o cantor. Acontece que é você, mas você não é a única aqui, é aquela que vai estar na frente do microfone. Escolha qual você mais gostar». E tem tantas camadas de trabalho em seu álbum que eu o admiro. Eu digo uma coisa: é evidente que a música que ela faz não é a música que eu faço. Isto é, minha orientação musical, meus gostos musicais são diferentes. Eu gosto muito de pop. Eu sou um grande fã de Michael Jackson, eu realmente gosto de Bruno Mars. Eu amo Katy Perry, muitas coisas sobre Katy Perry. Eu ouço tudo o que cai nas minhas mãos.
Se eu não ouvisse o pop, eu teria perdido dos Beatles. Se eu julgasse a música pela sua difusão e só ouvisse a que se difunde pouco, eu teria me perdido dos Beatles. Se eu julgasse a música pela sua difusão e só ouvisse a que é muito ouvida, eu teria perdido Fernando Cabrera, do Uruguai, por exemplo. Ou Eduardo Mateo, do Uruguai, que conhece muito poucas pessoas. Eu não julgo música pela sua difusão. Minha música é muito diferente da de Shakira, mas quando ela me propôs, eu disse:
“Isso é um desafio. Se eu vou aprender alguma coisa do pop, que é um gênero que me interessa, por que não aprender com a rainha, que controla muito mais do que eu?”
Acima de tudo, percebi que ela é uma ótima trabalhadora. Eu respeito o trabalho, respeito a dedicação. Ela estava lá, ombro a ombro comigo, fazendo uma coisa muito complicada: escrevendo entre dois. É outro tipo de música, mas estou entediado em trabalhar comigo mesmo. Eu sempre gosto de trabalhar com pessoas diferentes. Eu fico cansado de mim mesmo muito rápido.
Em breve, Shakira chegará à América Latina com a El Dorado World Tour! Confira as datas:
Os shows no Brasil estão marcados para o dia 21 de outubro, no Allianz Parque (São Paulo – SP), e no dia 23 de outubro, na Arena do Grêmio (Porto Alegre). Clique aqui para saber os preços dos ingressos dos shows de Shakira em São Paulo e Porto Alegre.