RIO – Com a simplicidade de quem dribla o calor do Rio de Janeiro passando um copo de água gelada no rosto e um português perfeito (“é a minha segunda língua”, diz), Shakira celebra sua terceira apresentação consecutiva numa final de Copa do Mundo. A cantora já veio tantas vezes ao Brasil que criou sua própria rotina. Ao pisar no país, ela corre atrás para matar a saudade daquilo que mais gosta: brigadeiro. A colombiana recebeu o GLOBO no escritório de sua gravadora, no Rio, para uma entrevista exclusiva, na véspera de se apresentar ao lado de Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Santana, Alexandre Pires, Wyclef, no palco do Maracanã, às 14h20, duas horas antes da partida que decide o campeão do mundo: Argentina x Alemanha.
Quando você chega ao Brasil o que mais tem vontade de fazer?
Só penso em comer quando estou aqui. Gosto tanto de brigadeiro e já falei disso tantas vezes para as pessoas que trabalham comigo que todo o lugar que vou no Brasil sempre tem uma bandeja cheia só para mim. Quero feijoada, picanha, canja de galinha e passear pelas praias de Copacabana, Ipanema ou da Barra da Tijuca.
Sua última passagem pelo Brasil para um show foi no Rock in Rio de 2011. Seus fãs daqui vão receber a turnê de “Shakira”, lançado no início de 2014?
Vou trazer minha turnê em 2016, quando lançar o próximo álbum, que vai ser em espanhol.
Você já lançou discos em espanhol e inglês. Quando lançará algum em português?
Cantei “Dançando”, em português, com Ivete Sangalo e já cantei “País tropical”, de Jorge Ben Jor, que adoro. É a minha segunda língua. Gostaria e eu acho que tenho que gravar mais músicas em português. E isso pode acontecer no próximo álbum que estou planejando.
Milan (filho, de 1 ano e meio, da cantora com o zagueiro da seleção espanhola Piqué) vai ser jogador de futebol ou cantor?
É muito cedo para saber o que Milan será quando crescer, mas por enquanto ele se interessa mais por futebol. Ele é obcecado, passa o tempo todo chutando a bola. Mas ele também gosta muito de livros, é como a mãe neste aspecto. Fizemos uma camisa para ele, nesta Copa, que era metade Colômbia, metade Espanha.
Os colombianos receberam a seleção como vitoriosa em casa, após a eliminação para o Brasil nas quartas de final. Como foi o desempenho do time para vocês?
O povo interpretou a participação da Colômbia como uma vitória, foi uma oportunidade para mostrar ao mundo o talento dos nossos jogadores, como James Rodríguez, que foi uma das estrelas do Mundial. Colômbia esteve nos rankings da Fifa como um dos destaques. Foi a melhor atuação na história das Copas.
Como Piqué reagiu à eliminação precoce e inesperada da Espanha ainda na fase de grupos?
Infelizmente, a Espanha não fez o sucesso que todos esperavam, mas a Colômbia ainda continuou reavivando as minhas esperanças até que também fomos eliminados. É preciso estar preparado para a derrota, faz parte do jogo. Piqué, claro, está triste, mas consegui animá-lo.
A taça vai para Argentina ou Alemanha?
Eu gostaria de ter um palpite para Argentina x Alemanha, mas não tenho uma bola de cristal. Cadê o polvo Paul quando mais precisamos dele?
Rihanna também está no Brasil. Existe alguma chance de vocês fazerem uma surpresa como a do clipe “I can´t remember to forget you”?
Até agora estou afogada com ensaios, prova de figurino, reuniões, entrevistas e toda a preparação para hoje. Mas espero ver Rihanna em algum momento aqui no Rio. Só não acho que será para alguma festa, sou uma mãe de família, tenho que dormir cedo (risos).
Sua carreira se consolidou no mundo depois do lançamento de “Laundry service” (2001), em que você aparece loura e mais sensual. Você acha que para se firmar no mundo pop como uma estrela é preciso se utilizar de sensualidade?
Nada do que eu faço como cantora, artista, não faço pensando no que pode parecer para o público. Não são cálculos frios, são impulsos do que sinto vontade de fazer. Até agora tive a sorte de esses impulsos trazerem uma resposta positiva para o público.
Fonte: O Globo