Como o Portal Shakira publicou anteriormente esta semana, Shakira participou de uma entrevista com o You Tube. As perguntas foram todas feitas por internautas e escolhidas através de votação popular. A tradução do texto na íntegra você confere só aqui no Portal Shakria!
Shakira respondeu perguntas feitas através do Twitter
Você está fazendo musica por quase 20 anos. Dentre as suas músicas, qual a sua favorita? Ou, se não conseguir escolher uma, quais as suas cinco favoritas?
Hmmm.. bom, devo dizer que estou muito animada com o novo disco, que sai em setembro, porque me lembra de diferentes eras e estágios da minha carreira. É quase uma síntese destes 20 anos. Há músicas que me lembram de ‘Pies Descalzos’ e’ Donde Están Los Ladrones?’ e ‘Laundry Service’. Tem um lado rock forte e também músicas românticas e músicas latinas. Um pouco de tudo. Mas uma das músicas que eu gosto muito do meu repertório é ‘Sombra de Ti’. É um B-side de um dos meus discos. Eu geralmente gosto dos B-sides, as músicas que nunca tocam no rádio. Essa é uma das minhas favoritas, mas acho que posso dizer que o novo material que está vindo é o meu favorito agora. Estou muito empolgada. Em cada encontro, tem sido muito interessante fazer este novo álbum. Estou me reconectando comigo mesma e com a minha sensibilidade. É muito introspectivo e ao mesmo tempo muito feliz.
Qual foi o momento mais difícil de sua carreira musical?
Acho que no começo, quando tinha 13 anos, em um país como a Colômbia, que naquela época não tinha uma cena pop. A maioria das músicas que tocava no rádio era criada por artistas locais, era música popular, tropical, mas eu queria fazer musica pop e rock e não havia saída para esse material. Foi muito difícil, eu era muito nova e ser mulher nesse meio não torna as coisas mais fáceis. Graças a Deus eu tenho uma família incrível me encorajando e apoiando meus sonhos. Quando eu tinha 13 anos, lancei meu primeiro disco com a Sony, que na época era CBS, e assim que me formei no ensino médio, me formei muito nova, aos 15 anos, decidi me mudar para Bogotá para ir atrás dos meus sonhos e então eu disse para os meus pais “vou embora. Preciso fazer isto acontecer” e minha mãe disse “você vai embora?” Vou com você”.
Então ela veio comigo e no começo foi muito difícil convencer minha gravadora a me ouvir mesmo sendo tão nova e já com tantas idéias e até um certo critério. Não foi fácil ser respeitada, ganhar respeito e, assim, que consegui isso, me senti como se estivesse fora das grades.
Gostaria de perguntar sobre a canção ‘Men In This Town’. Você tem planos para performá-la em sua turnê ou de lançar um vídeo para ela? Por que isso seria muito legal
Bom, essa é provavelmente minha musica favorita no disco ‘She Wolf’, mas não deu para ser um single, então não acho que eu vá fazer um vídeo para ela, já que já estou seguindo para um novo disco, mas você pode fazer seu próprio vídeo se quiser (risos). Mas essa definitivamente é uma das minhas músicas favoritas no disco, se não a minha favorita.
No novo álbum encontraremos faixas que falam de problemas sociais?
Este disco é muito pessoal, é muito sobre os meus sentimentos e os momentos em que me sinto como se meu coração tivesse sido quebrado e as peças tivessem sido costuradas de novo. Também é sobre se recuperar, sobreviver, passar por dificuldades, sair dessas dificuldades se sentindo mais forte… é também sobre a alegria de celebrar minha própria cultura… Estive na republica dominicana e tive a oportunidade de entender um pouco mais daquela parte do Caribe e trazer um pouco destes sons para a minha música, então é muito animador, de um ponto de vista sonoro, e também é um reflexo do modo como me sinto, ou como me senti nos últimos dois anos, de forma que não cheguei a entrar de fato em assuntos sociais neste disco em particular. Talvez porque tenho falado tanto em publico que não senti necessidade de fazer isso através da minha música, já que tenho tido outros meios de escape para as causas que estão no meu coração.
O que te motivou a participar da 1GOAL? Experiência pessoal ou convicção da importância da educação? Você acha que a educação para todos tem a ver com paz global?
Estou convencida de que a educação é a chave para a paz mundial e não digo isso porque alguém me disse ou porque ouvi dos experts ou porque li em algum lugar. Sou uma aluna em todos estes assuntos e todos os dias aprendo mais e mais e tenho mais respostas e estou convencida do quão urgente é investir em educação para todos, mas eu também vi com os meus próprios olhos trabalhando neste campo. Desde os meus 18 anos trabalho na minha fundação na Colômbia e desde então construímos escolas em áreas em que há conflitos ou pobreza extrema e onde vemos que há crianças sem acesso a educação. Não apenas construímos escolas como também oferecemos educação de qualidade acompanhada de alimentação nutritiva, o que é muito importante para nosso sucesso. Estou convencida que a educação é a ferramenta que vai liberar o talento de toda criança e que a educação é o melhor negócio para todos. Sejam países ricos ou pobres. Quando investimos nos talentos das crianças, estamos garantindo um mundo melhor e estamos protegendo estas crianças de se juntarem a grupos criminosos, gangues e terroristas. Estamos também prevenindo doenças como AIDS, especialmente educando mulheres, que é algo muito importante. Estimulando a educação estamos estimulando a economia, e não é isso que todo governo quer? Apenas um ano de educação garante que aquela criança vá receber de 10 a 20% mais em sua vida adulta e isso prova que educação é mesmo uma ferramenta para gerar salários, mas acima de tudo isso, é a única maneira que temos para garantir um mundo em paz.
A razão pela qual me envolvi é porque cresci na Colômbia, que é um país em desenvolvimento onde educação ainda é vista como um luxo, quando na verdade é um direito, e eu cresci frustrada vendo pessoas que não eram capazes de realizar os próprios sonhos. Quando vejo uma criança em qualquer parte do mundo, vejo meu rosto nelas. Sei que nenhuma criança em lugar algum sonha em se tornar um traficante de drogas. Crianças sonham com coisas nobres, como serem professores, médicos ou cientistas e somos nós que não as oferecemos as oportunidades para que possam viver vidas dignas. Como Russeau disse, o homem nasce bom mas a sociedade o corrompe e eu acredito no homem, bom, não homem homem, é preciso ter cuidado com isso (risos). Acredito na natureza humana e em sua bondade, mas acho que se não oferecemos estas ferramentas, estamos negando um mundo melhor a nós mesmos.
Você irá expandir a fundação para outros países?
Com a fundação Pies Descalzos, estamos começando a construir uma escola no Haiti, numa das áreas devastadas pelo terremoto, e recentemente com a Mango e a UNICEF começamos uma campanha vendendo camisetas Waka Waka em lojas Mango em todo o mundo e com esse dinheiro começaremos alguns programas educacionais na África do Sul, então estes são nosso primeiros passos fora da Colômbia, já que trabalhamos lá há tanto tempo e já temos alguma experiência em como é trabalhar neste campo com crianças desalojadas pela violência. Isso é muito similar ao qwue acontece na África do sul, com milhares de crianças desabrigadas no congo ou em angola que também precisam de educação de qualidade, então esses são alguns dos esforços que estamos fazendo. Por outro lado, com a ALAS também estamos divulgando a estimulação precoce entre os líderes da América latina. Já estivemos em duas cúpulas regionais e esperamos que este ano possamos conseguir um compromisso para investir nessa população, que é a mais vulnerável, este grupo entre 0 e 6 anos de idade, crianças que não estão recebendo nenhum tipo de nutrição ou educação. É outro tipo de esforço advogando a favor da educação para todos.
Como podemos nos envolver mais com as coisas que você promove? Há modos de sermos voluntários na1GOAL ou na fundação Pies Descalzos?
Há muitas maneiras. A 1GOAl é uma iniciativa apoiada pela FIFA para mostrar aos lideres mundiais como é importante dar educação às 70 milhões de crianças que não vão à escola em todo mundo. Muitas pessoas já são parte deste programa, mas precisamos de mais compromisso e mais esforços. Se juntando à nossa campanha você faz uma grande diferença. Sua voz será contada e sua petição será levada aos líderes globais, que se encontrarão no dia 11 de julho na África do sul. Eu estarei nesta cúpula em pessoa, será uma cúpula educacional, e levarei estas petições para que saibam do que estamos falando, para que saibam que é realmente uma prioridade para nós e que deve ser uma prioridade para eles também. Com a Fundação Pies Descalzos, você pode ir para o nosso site e patrocinar uma criança. Temos programas para patrocinar comida, taxas escolas ou uniformes para as crianças. Você também pode oferecer um ano inteiro de educação a uma criança na Colômbia, mas há muitas outras maneiras de se voluntariar. Você pode voluntariar seu tempo, sua energia, suas idéias, porque é assim que eu a democracia funciona. Os líderes se comprometem com as coisas que interessam às pessoas, então se as coisas interessam, eles querem ficar bem. É como funciona a política, e para ficar bem, eles farão o que as pessoas esperam.
Para qual time você está torcendo e porque? E quem é seu jogador favorito?
É claro que se a Colômbia estivesse jogando eu estaria torcendo por eles, mas já que não, tenho que ser muito democrática. Estou muito feliz que nossos times latinos e hispânicos trilharam um bom caminho. É a copa do mundo mais imprevisível e por isso que acho que é tão emocionante. Ninguém sabe o que vai acontecer.
O que você acha de a FIFA colocar a sua música como a canção oficial ao invés de escolher um artista africano?
Acho que a copa te a ver com integração. Muitas culturas de juntando, pessoas de todo o mundo dividindo esta paixão. O futebol tem uma coisa que nem todo esporte tem, que é o fato de ser tão global, tão universal. Todas as classes sociais dividem esta paixão. Você vê pessoas de diferentes status conversando apaixonadamente sobre seus times favoritos e é isso que é legal. Há outros esportes que são mais elitistas, mas o futebol é o esporte do povo, todo mundo gosta. E as mulheres gostam cada vez mais, incluindo a mim, mas meu ponto é que eu acredito que a copa seja este caldeirão onde todas as culturas se juntam e então quando a SONY me pediu para escreveu uma música para a copa, decidi trazer um pouco da minha cultura, e a parte da Colômbia em que fui criada foi influenciada fortemente pela cultura africana. Há até mesmo cidades onde só se fala dialetos africanos, então decidi usar estes elementos africanos, colombianos e caribenhos, um canto camaronês e convidar artistas sul africanos para trazer seu próprio sabor para esta música. Achei que desta forma poderíamos criar uma faixa que fosse mas emblemática sobre o que é o espírito da copa, este espírito de tolerância e integração
Qual pergunta não te fizeram mas você gostaria de fazer?
Hmmm. Acho que já respondi tudo na minha vida…. obrigado por submeterem suas perguntas. Gostaria que tivéssemos mais tempo.
