A receita de Shakira para se tornar uma estrela global

Há quatorze anos, quando se apresentou no Brasil pela última vez, Shakira estava longe de ser quem é hoje. Se dessa vez seu show em São Paulo será no estádio do Morumbi, palco de nomes como U2 e Madonna, em 1997 ela cantou no Moinho Santo Antônio, casa noturna na Zona Leste da cidade.

Na época, ela promovia seu álbum “Pies Descalzos”. O disco era um sucesso, mas restrito à América Latina. Agora o cenário é outro: Shakira é uma estrela global, a primeira cantora latina a alcançar esse patamar.

Mesmo nos anos 1990, a ambição da cantora em atingir novos públicos já era perceptível: a edição brasileira de “Pies Descalzos” incluía três versões em português dos maiores sucessos do álbum.

O resultado foi que, ao contrário de outras estrelas latinas, que não conseguiam penetrar no mercado brasileira, Shakira vendeu muito bem no país. Mas isso foi apenas um treino para o grande desafio da carreira da cantora colombiana: os Estados Unidos.

A largada foi dada em grande estilo em 2001, quando ela lançou o disco “Laundry Service”. O resultado bateu as expectativas mais otimistas: três milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos e vinte milhões em todo o planeta. Nos anos seguintes, gravou dois dos maiores sucessos da década: “Hips Don’t Lie”, parceria com o rapper Wyclef Jean, e “Waka Waka”, tema da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Em toda sua carreira, já vendeu mais de 60 milhões de discos.

Como Shakira conseguiu? “Ela entrou no mercado norte-americano por uma série de fatores. Em primeiro lugar, aprendeu inglês. Em segundo, já era uma artista de muito sucesso na América Latina. Em terceiro, cercou-se de profissionais que entendem a sua música e também conhecem o gosto dos americanos”, explica o executivo da indústria fonográfica Marcos Maynard. “Além disso, sua voz tem um timbre único, desses que você ouve uma vez e não esquece”.

Maynard conhece bem o caminho para lançar um artista latino na América do Norte. Quando ocupou a presidência da divisão latina da gravadora Polygram nos Estados Unidos, ele lançou o cantor Ricky Martin no país. “Ele abriu caminho para a Shakira e outros nomes. Antes dele, somente o Julio Iglesias havia feito sucesso lá”, diz.

“A receita do bolo do Ricky e da Shakira é a mesma. Ambos era um estouro na América Latina, faziam muito sucesso. São artistas pop, porque o rock latino não pega nos Estados Unidos. Fizeram o vestibular no Brasil e na Espanha, que é um mercado importantíssimo. E, antes de se lançarem em inglês, já tinham penetração no público latino dentro dos próprios Estados Unidos, o que também é um fator importante”, afirma Maynard.

Some-se a tudo isso uma boa dose de vontade de conquistar o público americano. “Imagine que você é um artista famoso em seu país e daí tem que batalhar sua entrada num mercado onde você não é ninguém. E não apenas uma vez, mas duas, três, quatro vezes até dar certo”, exemplifica.

Esse último fator é a principal explicação para a dificuldade de um artista brasileiro emplacar nos Estados Unidos. “Veja o caso da Shakira. Ela é colombiana. Se ficasse restrita ao mercado de lá ia vender quanto? Cem, duzentas mil cópias, no máximo”, explica. “Já um artista brasileiro tem um mercado praticamente continental à sua disposição. Por que ele iria querer começar do zero lá fora?”, pergunta.

Um exemplo é Ivete Sangalo. “Aqui, ela é uma superestrela. Lá, ia ter que quebrar pedra todo dia”, afirma. No ano passado, a brasileira gravou um DVD ao vivo no Madison Square Garden, em Nova York, cheio de participações especiais e com músicas em inglês e espanhol. Para Maynard, é um início. “Mas, assim como Shakira fez, Ivete tem que tornar sua música mais palatável aos americanos. Seu som é muito percussivo, eles não entendem”, acredita.

Esse é o quarto e, talvez, mais importante fator para estourar nos Estados Unidos: tornar-se um produto consumível pelos americanos, mas sem perder sua essência. “Imagine a Ivete Sangalo sem percussão. Não seria mais a Ivete”, crê.

The Pop Festival – Porto Alegre (Concluido!)
Terça-feira (15), a partir das 18h
Estacionamento da Fiergs

The Pop Festival – Brasília
Quinta-feira (17), a partir das 18h
Estacionamento do Estádio Mané Garrincha
Ingressos: R$ 160 (arena), R$ 300 (pista) e R$ 450 (pista premium)

The Pop Festival – São Paulo
Sábado (19), a partir das 17h
Estádio do Morumbi
Ingressos: R$ 80 a R$ 130 (arquibancada), R$ 200 (pista), R$ 300 a R$ 350 (cadeira coberta) e R$ 500 (pista premium)

Fonte: IG e Portal Shakira

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